O movimento de emancipação de Carlos Barbosa foi uma iniciativa comunitária. Havia unanimidade e um sentimento comum de concordância, que despertava alegria na população.
A hora da emancipação de Carlos Barbosa havia chegado. A estrutura sócio-econômica da Vila, na época, comportava uma sede Municipal.
Em Março de 1958, no Salão Paroquial, ocorreu a primeira reunião emancipatória, em uma iniciativa de Antônio Adriano Guerra, José Chies Primo, José Raymundo Carlotto com apoio incondicional do Pároco Padre Arlindo Marcon.
Esta reunião, resultou na criação da Comissão de Emancipação, composta por:
Presidente: Padre Pedro Faustino Piccoli;
Secretário: Ampélio Carlotto;
Membros: Antônio Martin Guerra, Antônio Adriano Guerra, Humberto Accorsi, Reynaldo Chies e Honório Faccioni.
Para a cidade, Padre Arlindo Marcon, José Raymundo Carlotto e José Chies Primo, são considerados parte dos membros efetivos da Comissão pois, tiveram a participação muito ativa durante todo o processo de emancipação.
Padre Pedro Piccoli, presidente da Comissão, era conhecido e amigo pessoal do Governador Ildo Meneghetti, o que facilitou muito para os primeiros passos da Comissão, especialmente no que diz respeito ao credenciamento para encaminhar documentos às repartições públicas e representar o movimento emancipacionista.
No dia 30 de Novembro de 1958, foi realizada a consulta plebiscitária, onde a população pôde se manifestar, oficialmente, a respeito do projeto de emancipação. O Pároco de Carlos Barbosa, Padre Arlindo Marcon, deixou registrado que, no Distrito de Carlos Barbosa, houve apenas 39 votos contrários ao processo de emancipação, mostrando o apoio unânime da sede e das comunidades próximas.
Em 21 de Setembro, segunda-feira, Padre Pedro Piccoli e Ampélio Carlotto receberam um comunicado do deputado Solano Lopes, que foi imediatamente repassado aos demais membros da Comissão, informando que a assinatura do Governador Leonel de Moura Brizola, da Lei de Emancipação de Carlos Barbosa, estava prevista para acontecer no dia 25, pela parte da tarde, e que seria importante a presença de todos os representantes da Comissão Emancipadora.
Já, no dia 24, em contato mantido com Solano Lopes, na capital do estado, foi confirmado que a assinatura do decreto que emanciparia Carlos Barbosa, aconteceria no dia seguinte.
Como alguns membros da Comissão tiveram dificuldade para se descolar até Porto Alegre, decidiram que seria representada pelo Presidente Pedro Faustino Piccoli e Secretário Ampélio Carlotto.
Decreto do Governador do Estado, criando o município de Carlos Barbosa:
Em 25 de Setembro de 1959, o Governador do Estado, Leonel de Moura Brizola, sanciona a Lei nº 3.831, criando o município de Carlos Barbosa.
Padre Arlindo Marcon, registra, no arquivo paroquial:
Carlos Barbosa, Município. Por decreto do Governador, Dr. Leonel Brizola, às 20h30min, do dia 25 de setembro de mil novecentos e cinquenta e nove, na presença do Revmo. Pe. Pedro Piccoli e Sr. Ampélio Carlotto, foi criado o novo Município de Carlos Barbosa. Houve muito regozijo por este fato, em toda esta Paróquia.
Em decorrência da emancipação do município, foram criados diversos órgãos estaduais, como:
Exatoria Estadual: criada pelo Decreto nº 10.966, de 21 de novembro de 1959, e instalada a 26 de fevereiro de 1960;
Delegacia de Polícia Civil: foi imediatamento instalada;
Registro de Imóveis: instalado em 6 de março de 1979;
Comarca de Carlos Barbosa: instalada em 1986, sob a direção da Dra. Ana Beatriz Iser.
Em 20 de dezembro de 1959, foi realizada a eleição para escolha do primeiro Prefeito, Vice-Prefeito e Vereadores. Para o cargo de Prefeito e Vice-Prefeito, houve uma única chapa.
Primeira Administração de Carlos Barbosa:
De 01/01/1960 a 31/12/1963.
Houve apenas candidatos únicos para todos os cargos, indicados pela Comissão de Emancipação, em comum acordo com todos os partidos, visando manter a união entre todos.
Prefeito: José Chies;
Vice-Prefeito: Ernesto Antônio Carlotto;
Vereadores: Ampélio Carlotto, Verdolino Ângelo Guerra, Reynaldo Chies, Hortelino Salvi, Delvino João Chies, Assunto Dalcin e Evaldo Loose, primeiro presidente do Legislativo.
O primeiro ato administrativo assinado pelo Prefeito José Chies, instituiu a proteção do município à Nossa Senhora Mãe de Deus, padroeira oficial da comunidade.
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Encerramos hoje, a série de materiais que contaram um pouco sobre a trajetória de Carlos Barbosa até a data de sua emancipação.
Ao decorrer de onze semanas, falamos sobre as etnias que estiveram ou estão até hoje, presentes em nosso município, sobre Padre Antônio Galiotto, idealizador da primeira Festa do Leite, hoje conhecida como Festiqueijo, os centenários, primeiro cinema, primeiro prédio da Prefeitura, principais acontecimentos antes da emancipação, os nomes antes de ser Carlos Barbosa, os cinco distritos, os símbolos que representam nossa cidade, o hino e um pouco sobre o processo de emancipação, respectivamente.
Com muito orgulho, neste sábado, completamos 62 anos de história.
Por Assessoria de Imprensa e consulta aos livros História de Carlos Barbosa e A Emancipação: Carlos Barbosa ontem e hoje
Arte: Sandro Darsie